A essa altura do campeonato você já deve ter visto a logomarca da Copa de 2014 que será no Brasil. Piadinhas a parte e milhares de twittadas comentando sobre o tema, claro que queremos descobrir o responsável.
Após descobrirmos que foi um estúdio francês de design (Richard A. Buchel) que criou a marca da Copa do Mundo no Brasil e quem ajudou na votação foram: Paulo Coelho, Niemeyer, Ivete Sangalo, Gisele Bündchen, Hans Donner e outros, o que poderia-mos concluir?
É a coisa mais comum um trabalho ser criado e o cliente não aceitar de primeira e te pedir para que sejam feitos refinamentos no que você apresentou a ele. Não consigo entender como esta foi uma das 6 opções de escolha de marca para uma copa, e o mais interessante, a vencedora. Tento deixar as críticas de lado, mas eu também sou brasileiro ( e também designer gráfico) e me ofendi com a escolha.
Me faz pensar por que não um estúdio brasileiro criar a marca? Seria tão obvio e sensato. Mas como rola muita grana por trás e sabemos que tudo isso foi comprado… Infelizmente temos que aceitar. Diferentemente do COI (Comitê Olímpico Internacional) que acredito eu, a identidade visual não é obtida através de suborno.
A identidade visual das olímpiadas é algo que encanta e mostra a fundo a cultura de um povo, gostaria de criar uma postagem só sobre isso, mas é mais fácil escrever um livro.
O último trabalho deste semestre foi criar a identidade visual das Olimpíadas de 2016 (que também serão no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro). Identidade visual esta que ainda não está definida.
Desafio:
- Criar no mínimo 3 pictogramas sendo um deles o Atletismo (que deu origem as olimpíadas)
- Criar o Cartaz Oficial
- E claro, criara a Marca Oficial dos Jogos de 2016.
Segue nossa apresentação:
Como mostrar o Brasil lá fora? Sem usar clichês? Como descobrir a verdadeira identidade de um povo que não é apaixonado pelo seu país. Que se perde quando é questionado a falar de sua própria cultura?
Pesquisamos a fundo a identidade do brasileiro, de cada povo que aqui vive, das origens do nosso povo. As pessoas de diferentes países que para cá vieram, como elas mudaram e acrescentaram na nossa cultura e costumes. Somos um povo muito rico de culturas, tão rico que acabamos nos perdendo e desvalorizando nós mesmos nossa quantidade de diferentes culturas.
Então, quem somos nós?
Fomos procurar explicação nos textos do antropólogo Darcy Ribeiro.
Após um aprofundado estudo sobre os textos deste autor, conseguimos entender melhor como se posiciona o brasileiro e quem ele é de verdade.
Chegamos à seguinte conclusão:
Nós não apenas absorvemos a cultura dos outros povos, como também transformamos ela e a ABRASILEIRAMOS. Está é a palavra-chave na conceituação do nosso projeto: Abrasileirar.
E foi pensando neste conceito que desenvolvemos nossa marca: Povo que recepciona, sempre de braços abertos para receber o outro, que se esforça para se adaptar a ele e pensando descobrimos que observamos a cultura do outro e a adaptamos para o jeito brasileiro.
E este foi o resultado obtido para nossa marca das Olimpíadas Rio 2016. Uma marca totalmente cambiável, característica do nosso povo.
A riqueza dos ritmos do Brasil nos inspirou, são tantos. Posso me lembrar de alguns como o samba, pagode, maracatu, chorinho, rock, mpb, música afro, o rap… ah a Bossa nova (que nos faz ainda suspirar ao ouvir). Em fim, uma infinidade.
Esta é a Pira Olímpica, pensada, planejada e executada em 3D tomando como referência Oscar Niemeyer. A idéia dela era sair fogo nas cores verde, amarelo e azul; possível de se fazer.
A medalhas carregando a marca sustentada por fitas coloridas fazendo uma referência as fitinhas de Nosso Senhor do Bonfim.
Camisetas para serem usadas pelo comitê olímpico e pelos torcedores. Sempre com a marca presente de alguma forma.
Pensamos em como apresentar este trabalho, pois teria-mos que nos destacar. A solução foi esta camiseta abaixo
Camiseta esta que forma a nossa bandeira e também é a desconstrução do pictograma criado.

A família que desenvolvemos dos pictogramas que é baseada na desconstrução da marca, onde tivemos que fazer vários testes de compreensão para ver se eles eram compreendidos por grande parte das pessoas.

E o Cartaz Oficial, que usa nossa marca para formar subliminarmente a bandeira do Brasil.
Bem, para apresentar um trabalho tão complexo, tinha-mos que ir vestidos a caráter.
É, essa é a vida que eu escolhi. Não basta gostar, tem que amar.
(Realizado por
Árion Aleixo, Alan Pedro Guerra,
Giuliano Di Sevo e Rodrigo Ribeiro. Camisetas feitas por Raissa Wisnieski. Todos alunos do SENAC-SP)