sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ensaio sobre o Auto Reconhecimento

Texto escrito por um grande amigo, texto este que se modifica a cada caracter escrito por mim, portanto...
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A convite do meu grande amigo Árion Aleixo, autor desta página cibernética, articulei meus pensamentos em relação a um tema já discutido por ele anteriormente: o auto conhecimento (auto reconhecimento).

Aos dispostos a ler, por favor atentem-se às próprias opiniões pessoais e verifiquem com o que porponho.

Independente de serem equivalentes ou não, o importante é refletir sobre.

Aos não dispostos a ler: Vá dormir.
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imagem: sissateixeira.blogspot.com


Em primeiro lugar, ser um ser humano te coloca em uma posição de relação permanente com tudo e com todos à sua volta, afinal é de coisas e pessoas que se faz um mundo.

Ser um designer, além de ser um humano, você é parte ativa de uma sociedade, de um grupo vivo com relações constantes entre todos os seus indivíduos. Se para você, que lê neste momento este artigo não concorda com o que acabei de falar, peço que não perca seu tempo até o final.

O designer, assim como qualquer outro profissional, possui uma porcentagem de participação em relação à construção do meio e da sociedade. Cada indivíduo dentro deste sistema é ativo, influenciador (em maior ou menor grau) e responsável pela manutenção deste grupo. Somos os agentes influenciadores e influenciados deste sistema chamado sociedade.

Primeiro, reconhecer o que acabo de apresentar. Reconhecer que somos influenciadores e influenciados é o primeiro passo para entender que tudo e todos estão ligados de alguma maneira por uma gigantesca rede que circunda todo nosso universo. E você sabe, com certeza, que, por exemplo, o simples fato de uma pessoa estar presente ou ausente m um ambiente pode manifestar as mais variadas emoções em um indivíduo ou num grupo, iniciando assim uma cadeia contínua de influências, que na realidade já estava iniciada desde sempre.

Chamaremos esta teia da ação e reação de “relação de interdependência”.

Olhando pelo conceito da relação de interdependência de todas as coisas, nota-se claramente o papel duplo que um designer assume: Como indivíduo estimulador e influenciador e como criador de mensagens que também estimulam e influenciam (entendam influência como a manifestação de uma ação de um indivíduo ou objeto em outro indivíduo ou objeto como resposta a um certo estímulo, independente de grau). Ou seja: o designer assume uma responsabilidade com o seres e com o meio ao seu redor, assim como qualquer outra pessoa.

Para qualquer ser humano, e não menos para o designer, procurar entender quem ou o quê você é, faz parte do protocolo. Isso pode ser conhecido por muitos como seu traço pessoal, característica própria o sua própria arte. Isto de fato existe, mas gostaria de propor um novo olhar sobre tudo isso, algo para você decidir se descarta ou não.

Acredito que se auto-reconhecer (entenda a diferença: conhecer e reconhecer) é primeiramente conhecer e reconhecer a relação interdependente de tudo. Nós e tudo o que está ao nosso redor é fruto de incontáveis influências, que mutuamente moldam e constantemente continuam a moldar tudo e todos. Nós somos influenciados da mesma forma.

Outra coisa importante a reconhecer é a impermanência de tudo isso. Esta rede interdependente está em constante mudança. Nada neste mundo permanece igual de um instante ao outro. Tanto no pensamento macro quanto no pensamento micro.

E aqui eu apresento algo que, para a maioria, é um choque: Você é vazio. Não há nada ai dentro. Não há um ser imutável ou separado do resto do universo capaz de ser reconhecido individualmente. Ora, como apresentei anteriormente, somos todos frutos de uma relação infinita com todos os outros elementos do universo. O que nos constitui é uma massa amorfa de relações e influências vindas de todas as partes. E além de tudo ser diferente a cada instante que se passa.

Nós designers produzimos a partir de incontáveis influências presentes e passadas da mesma maneira que nós nos produzimos, o meio nos produz e nós também produzimos o meio. Esta relação é cíclica e em constante movimento. Nós somos tudo e todo o universo está na gente.

Acredito que desta maneira podemos entender o que realmente “somos”. E ainda mais importante, sabermos o que não somos: nós mesmos.

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