segunda-feira, 2 de maio de 2011

Importância do Autoconhecimento do Designer

A cada dia é mais perceptível que há algo errado na sociedade, o ramo da psicologia sempre esteve aí sem grandes divulgações, assim como o Design, era um ramo discutido apenas dentro de faculdades, universidades, eventos, congressos e até em blogs escritos de profissionais para profissionais, ou seja, sempre foi uma discussão um pouco fechada.

Porém cada vez sentimos a psicologia mais próxima da sociedade seja por meio de psicólogos dando entrevistas em programas vespertinos da televisão em canais de grande audiência, nota-se a crescente venda de livros no estilo "auto-ajuda", percepção de comportamentos patológicos no outro e até em nós mesmos. As pessoas começam a perceber que há algo errado com a sociedade e sem conseguir entender o que é exatamente, acabam recebendo informações e idéias de fontes não qualificadas e tomando aquilo como verdade pois não estão habilitadas terem um senso crítico sobre o assunto.

Mas e o que o Designer tem a ver com isso?

O Design, o Designer e o Auto-Conhecimento.


Pode-se traçar diversos paralelos entre a psicologia e o design, porém nesse texto pretendo me focar mais no atual momento da sociedade a partir de minhas percepções, ou seja, um texto completamente passível de críticas.

O Designer é extremamente sensível, ele percebe antes dos não-designers alguns tipos de problemáticas e ao perceber um problema, aquilo fica martelando na cabeça dele até ele conseguir resolver. Ao propor uma solução para o problema, por um lado ele facilita a vida dele e a das outras pessoas, porém a solução pode trazer novos problemas e assim o mundo vai evoluindo. O problema está exatamente aí, no "como" este nosso mundo evolui, de que jeito você está crescendo e como você pretende mudar o mundo que vivemos.

Você como estudante e trabalhador relacionado aos mais diversos ramos do design, antes de refletir sobre o mundo ao seu redor procurando os problemas dele, faz periódicas reflexões sobre si mesmo?

Sabemos que a formação do indivíduo, principalmente no Brasil que tem sérios problemas com a educação, é muito superficial. As bases para a construção de um indivíduo não são muito boas em nosso país. Não vou ser pessimista por causa disso, pelo contrário, justamente pelas falhas de formação o brasileiro é um povo de garra que busca "se virar" e "dar um jeito".

Porém existem coisas que não são aprendidas na escola, coisas que alguns indivíduos correm atrás  para aprender e coisas que todo designer deveria saber, estudar ou mesmo buscar informações. Coisas como: 
- Como ser um empreendedor e criar/gerir uma empresa. Sabendo que existe poucas empresas de design comparadas ao número de empresas abertas no país. Mesmo que você seja autônomo ou funcionário de um estúdio, é necessário estudar gestão para gerenciar a si mesmo,
- Como ser um debatedor de idéias e não uma esponja de conteúdos diversos e irrelevantes. Obter informação já não é mais problema pra ninguém, o problema agora é a qualidade da informação recebida.
- Como se transformar em um formador de opinião. Você deverá convencer clientes, amigos e parceiros de que a SUA idéia é a melhor. E além de discutir idéias, é necessário propor pensamentos inovadores buscando sempre evoluir.

E onde se aprendem esses pontos? Como se superar? Parece simples, porém é um caminho do qual cada designer segue de um jeito diferente e este caminho é definido pelo "auto-conhecimento". Pensamos que criamos excelentes projetos para nossos clientes, porém, qual o tempo que reservamos para projetar para nós mesmos?

Gastamos pouco tempo olhando para dentro de nós e... se mal controlamos nossa mente, como é possível controlar nossas criações? Vejo designers que em seus portfólios criam uma área de "trabalhos pessoais" e... sim, esse espaço pode ser uma poderosa arma de auto-conhecimento, isso SE ele for minunciosamente observado e analisado, pois o que está ali é a expressão do que o designer é.

Analisar o próprio portfólios é um método de conhecer seu perfil, sua identidade, porém procure outros. O modo como você reage aos estímulos externos definem quem é você. então, fique esperto.

Questionar a si mesmo lhe permitirá melhor questionar os projetos que participar, conhecer melhor o perfil da sua equipe, ampliar suas referências (pois aprenderá a utilizar a si mesmo como referência), facilitará criar um estilo próprio e melhorará seus trabalhos.

Você é o que você lê? O que você projeta? Ou o que você desenha?

Você sabem quem é você?

Visão de Giuliano sobre o tema

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